Parasitologia: O gênero Plasmodium e a malária



  A malária é uma doença sistêmica que afeta a maioria dos órgãos causada pelo protozoário da família Plasmodiidae e do gênero Plasmodium. Os plasmódios são organismos unicelulares que se hospeda em mamíferos, aves, répteis e insetos durante seu ciclo evolutivo. As espécies responsáveis pela malária humana são: 


1. Plasmodium falciparum, que é responsável pela maioria dos casos fatais, onde causa a febre terçã maligna, sendo o quadro clínico caracterizado  por episódios repetidos de febre com intervalo de 36 a 48 horas. 
2. Pasmodium vivax, que é a mais comum no Brasilz onde causa a febre terçã benigna e se caracteriza por episódios de febre que se repete a cada 48 horas. 
3. Plasmodium ovale, tem quadro clínico parecido com o do Plasmodium vivax, porém tem sua distribuição restrita a África.
4. Plasmodium malariae, causa a febre quartã caracterizada por episódios de febre a cada 72 horas. 

   Também chamada de paludismo ou febre palustre, a malária é transmitida através do inseto anofelino, que inocula com sua saliva os parasitas na circulação humana onde podruz anóxia dos tecidos devido a destruição de hemácias. Sendo que os plasmódios penetram nas hemácias ou células do hospedeiro quando encontram receptores que lhe permitem essa adesão e a indução da endocitose, que é a entrada de substâncias em uma célula por englobamento das particulas pela membrana celular. 

   Consequentemente o sistema imunológico reage e os macrófagos fagocitam os restos celulares contendo o pigmento malárico, chamado hemozoína, como também as hemácias contendo o parasito. Consequentemente a circulação, em determinadas áreas do organismo, é comprometida por vasoconstricção arteriolar e por dilatação capilar assim agravando a anóxia. Na febre terçã maligna, as hemácias parasitadas apresentam protusões que causam obstrução de pequenos vasos, sobretudo no SNC. Já nas células do fígado ocorre a inibição da atividade oxidativa das mitocôndrias ocasionando um acúmulo de ácido láctico  aumentando o consumo de glicose, ocorrendo uma hipoglicemia. 

   Além disso, manifestações como esplenomegalia, hepatimegalia, hiperplasia do sistema fagocitário, edema e trombose dos capilares cerebrais podem ocorrer. O período de incubação dura cerca de 12 dias na terçã maligna, 14 na terçã benigna e 30 na quartã. Manifestações clínicas como cefaléia, mal estar, algia, febre são típicos.

   Sobre os plamodios, eles passam de formas amebóides intracelulares chamadas trofozóitas para as formas reprodutivas assexuadas chamadas esquizontes. Quando no inseto (anofelino) as formas sexuadas chamam-se oocistos que produzem um organismo chamado esporozoíta que tem capacidades de invadir hepatócitos e quando invadem as hemácias chamam-se merozoítas. 
   
   Os esporozoítas podem viver por meses nas glândulas salivares dos insetos consumindo glicose e outros nutrientes. Já os esquizontes consomem a hemoglobina da hemácia de uma fração formando o resto num pigmento malárico (hemozoina). O diagnóstico é feito através do exame de sangue e da investigação de fatores sugestivos como a febre intermitente se repete a cada 48 ou 72 horas, bem como anemia e outros sintomas já citados. 

REFERÊNCIAS UTILIZADAS 
REY, L. Bases da parasitologia. 2 edição. Rio de Janeiro, editora Guanabara, 2002.
HAWORTH, J. Malária in man: its epidemiology, clinical aspects and control. Tropical Disease Bulletin, 86, 1989.
MS/ Fundação Nacional de Saúde- Manual de terapêutica de Malaria. Brasília, 1990.


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