Farmacologia aplicada à enfermagem: 5 coisas que você não deve esquecer

Fonte:Blog enfermagem bio

  A farmacologia é a ciência que estuda as propriedades medicinais de determinadas substâncias como também a sua composição física, química e ação no organismo sendo uma ciência inter-relacionada a outros saberes. A farmacologia aplicada à enfermagem é uma ramificação da farmacologia geral que se baseia na capacitação dos alunos, sejam eles do curso superior ou técnico de enfermagem, em farmacocinética e farmacodinâmica. Além disto, a farmacologia aplicada à enfermagem visa o estudo da ação, indicação terapêutica, efeitos colaterais, preparo da medicação, cálculo da dosagem, administração e cuidados de enfermagem desde o preparo ate o controle dos efeitos terapêuticos desses fármacos. 


  Entende-se por farmacocinética aquilo que o organismo faz com a droga, ou seja, a absorção, distribuição e excreção do fármaco. Já a farmacodinâmica representa o que a droga faz com o organismo, isto é, seus efeitos bioquímicos e fisiológicos. Mas na enfermagem vamos além disso. No post de hoje trago para vocês 5 coisas que vocês não devem esquecer porém relacionadas ao cálculo da dosagem e administração de medicamentos. 


  Antes de iniciarmos o nosso top 5, devemos entender que segundo o Decreto nº 94.406/87 compete ao profissional de enfermagem a administração de medicamentos com prescrição médica válida. E a Resolução COFEN nº 564/2017 capítulo II das proibições deixa bem claro no artigo 78 que é proibido administrar medicamentos sem conhecer a indicação, ação da droga, via de administração e potenciais riscos. Agora vamos para o que realmente interessa! 

  A equipe de enfermagem desempenha um papel importante no tratamento terapêutico do paciente, sendo os profissionais da enfermagem a última barreira para evitar que um erro aconteça durante esse processo. Devendo, antes da administração medicamentosa, aplicar os 9 certos estabelecidos pelo Ministério da Saúde no Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. Então a primeira coisa que não devemos esquecer são esses 9 certos, sendo eles: 
  • Paciente certo: identificando o pacientes pelo nome, sobrenome e data de nascimento checando a pulseira de identificação e o leito correspondente. 
  • Medicamento certo: confirmar se o nome do medicamento confere com o que está prescrito, investigando se o paciente tem alergia ao mesmo.
  • Via certa: verificar se a via de administração prescrita é viável para o medicamento prescrito. 
  • Hora certa: sempre administrar na hora prescrita evitando atraso, tendo uma tolerância de 30 minutos antes ou depois do horário prescrito. 
  • Dose certa: conferir a dose prescrita para o medicamento, se atentando para as unidades de medida, virgulas e "zero". Em caso de dúvidas consultar o prescritor. 
  • Registro certo da administração: sempre registrar o procedimento realizado de forma clareza e coesa, checar o horário, anotar o nome do fármaco e sempre justificar caso ocorra atraso, cancelamento ou recusa do paciente.
  • Orientação correta: deve-se esclarecer as dúvidas do paciente antes da administração informando ao mesmo o nome do medicamento e sua indicação como também seus efeitos colaterais. 
  • Forma certa: checar se a forma farmacêutica condiz com as condições clinicas do paciente.
  • Resposta certa: observar a resposta terapêutica do paciente para aquele medicamento, onde tudo deve ser registrado no prontuário. 

Fonte: Enf Andrea Santos


  A segunda coisa que não devemos esquecer quando se trata do cálculo da dosagem, são as fórmulas de gotejamento. Uma vez que a maioria dos pacientes assistidos pela enfermagem estarão em soroterapia que é uma técnica de introdução medicamentosa por meio de um soro diretamente na veia. A soroterapia é considerada como uma aplicação de medicamento endovenosa diluída em uma solução seja de soro fisiológico, ringer lactato, solução glicosada, entre outros diluentes. Sendo aplicada por meio de equipo microgotas ou macrogotas por um período e volume controlados conforme a prescrição. Então o cálculo de gotejamento será utilizado quando houver a prescrição de um volume a ser administrado por via EV em um tempo pré-estabelecido, determinando quantas gotas ou microgotas serão infundidas por minuto, isto é, a velocidade do gotejamento. 
Fonte: Enfermeira zen

  Quando for prescrito uma solução em equipo macrogotas (gotas) usaremos a seguinte fórmula:


 Mas quando for prescrito em equipo microgotas usaremos a seguinte fórmula: 

  A terceira coisa que não devemos esquecer é o angulo da seringa e do bisel da agulha de acordo com cada via de administração: 
  • Se for via subcutânea o angulo da seringa deve ser de 90º para as agulhas 10x15mm, 13x3,8mm e 13x4,5mm e angulo de 45º para as agulhas 25x7mm e 25xmm e o bisel da agulha lateralizado. 
  • Se for via intramuscular o angulo da seringa deve ser de 90º e o bisel da agulha lateralizado.
  • Se for via intradérmica o angulo da seringa deve ser de 15º e o bisel da agulha voltado para cima.

Fonte: Blog enfermagem bio

  A quarta coisa que não devemos esquecer é que na via intramuscular temos várias opções de locais para aplicação do fármaco e o volume varia de local para local. Se for no deltóide deve-se aplicar até 2 ml, na região ventroglútea até 3 ml e nas regiões dorsoglútea e vasto-lateral da coxa até 5 ml. 

  A quinta coisa e última do nosso post de hoje também é relacionada a via intramuscular. Faz parte da técnica de administração de medicação via IM a aspiração, após inserir a agulha juntamente com a seringa, antes de administrar a medicação. Isso porque devemos ter certeza que durante a  a técnica não inserimos a medicação em nenhum vaso, confirmamos isso através da ausência de sangue no canhão da agulha. Então independente da medicação (até mesmo sendo a benzetacil) devemos aspirar de forma delicada para poder realizar uma técnica segura. 







REFERÊNCIAS UTILIZADAS
  1. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos. [online]. Brasília (DF): Ministério da Saúde. Disponível em  LINK
  2. GIOVANI, ARLETE. Medicamentos cálculo de dosagens. Scrinium: São Paulo, 2006. 
  3. SANTANA, ELI. Farmacologia Básica e Cálculo de Medicamentos, Sem complicação. AG books: São Paulo, 2016.
  4. NOGINI, ZAINET. Boas práticas cálculo seguro volume 1. Coren SP: São Paulo, 2011.
  5. DECRETO N 94.406/87 LINK
  6. RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017 LINK

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