A central nuclear de Chernobyl, conhecida
como a V.I. Lenin Nuclear Power Plant, durante a era soviética, foi
construída entre 1970 e 1977 e estava situada a 90 km ao norte da
capital da ucrânia, Kiev. Ela foi a primeira usina nuclear
construída no país e incluía quatro reatores nucleares. Os planos
para os outros dois reatores foram abandonados longo após o desastre
de 1986.
A
usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de
produzir um gigawatts de energia elétrica (3,2
gigawatts de energia térmica). Em conjunto, os quatro reatores
produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia
na época do acidente.
Em conjunto com a construção da central,
deu-se também o estabelecimento da cidade de Pripyat,
construída para abrigar os trabalhadores e famílias
de Chernobyl. Pripyat continha mais 13 mil apartamentos,
quase 100 escolas, um hospital e um centro administrativo central
familiar para muitos planejamentos urbanos soviéticos. Com 43
mil habitantes há 3km da Usina de Chernobyl.
A cidade possuía marcas da
arquitetura modernista soviética, otimizada pelos 160 grandes
blocos dos apartamentos pré-fabricados da cidade, financiados pelo
Estado. Genericamente, o concreto recebia floreios e cores como
os vitrais do cinema de Prometheus, que projetavam formas únicas de
luz em fachadas incolores, ou o muito fotografado parque de
diversões. Após o desastre de 1986, a cidade foi evacuada e
permanece vazia até hoje.
Imagem retirada da internet |
O Acidente
O desastre ocorreu em 26 de abril de 1986.
Tudo começou quando um dos quatro reatores explodiu e ocasionou
diversas reações em cadeia e o motivo dessa explosão até hoje é
controverso e mal explicado. Alguns afirmam que foi apenas falha dos
operadores e outros atribuem falha no projeto das hastes de controle
do reator.
Em pouquíssimo tempo, a potência e a
temperatura do reator subiram extremamente ocasionando explosões que
geraram ainda mais energia para as reações e, além disso houve a
entrada de oxigênio do ar que piorou o processo de combustão
contribuindo para que a radiação fosse espalhada.
Fatos sobre o acidente
- Os bombeiros que chegaram ao local do acidente não possuíam os equipamentos de proteção e foram expostos a doses letais.
- Dois desses homens morreram na madrugada do acidente, e os 28 restantes nos meses seguintes.
- As nuvens foram contaminadas mais de mil metros de altura.
- A precipitação radioativa seria 100x maior que duas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
- O nível de Radiação na tarde pós acidente, era de
- 15 milésimos de Roentgen. 15 mil vezes mais alto que o normal.
- A noite, era 6 mil vezes mais alto (Os soldados achavam que os equipamentos não estavam funcionando direito).
- O ser humano pode absorver 2R por ano sem ser afetado. E a contaminação se torna letal se exceder 400R.
- Só no primeiro dia a população recebeu 50x mais que a dose mínima, e em 4 dias receberiam a dose letal.
- E 30 horas pós acidente as primeiras medidas de
- Segurança começaram a serem tomadas. OS habitantes começaram a ser retirados da cidade, e
- As crianças tiveram que ingerir pílulas de iodo.
- 100.000 pessoas foram evacuadas, num raio de 30km do reator.
- Tentaram controlar o incêndio, com areia e ácido bórico para neutralizar a radiação.
- O nível do reator se encontrava 3500R, 9x mais alto que o letal. Cada sobrevôo causava uma exposição de 5R.
Dados
da Zona
- A atividade total liberada atingiu mais de 777 TBq.
- O material radioativo liberado era composto de gases, aerosóis e de partículas de combustíveis nucleares finamente fragmentados.
- A concentração de 137Cs ultrapassou 37 kBq..
Sintomas
da Exposição
Os sintomas Iniciais da náusea e do vômito
manifestam geralmente dentro de 12 a 24 horas após a exposição de
radiação suave. Nos casos onde a exposição foi mais intensa,
estes sintomas iniciais podem ser seguidos em um período
sintoma-livre antes que os sintomas associados com as doses mais
altas da radiação comecem manifestar.
Segunda
Explosão Iminente
O
Buraco do reator 4 começou a esquentar, depois de ter sido fechado
com areia. O reator poderia explodir, podendo deixar a Europa
inabitável.
E
duas medidas foram tomadas:
1º
Medida: Enviar um batalhão de
bombeiros para retirar a água acumulada do reator.
2º
Medida: Selar a fissura para aliviar
a temperatura. Foram despejadas 200 toneladas de chumbo.
600
pilotos que estavam na operação foram contaminados (todos
morreram).
Uma equipe de técnicos com a planta de
detectores de radiação, se infiltraram no subsolo e perceberam que
tinham que impedir que o magma se infiltrasse para evitar o pior.
Cavaram um túnel do terceiro reator, até a avaria do quarto. E
construir tunelamento 30x30m, para instalar em dispositivos para
resfriá-lo com Nitrogênio líquido. Em um mês, 30 mineiros
desceram esse túnel onde a exposição chegava à 1R por hora. Cada
mineiro recebeu de 30 a 60R.
“Os
Liquidadores”
Imagem retirada da internet |
Sabendo que a cidade estava toda coberta
por poeira radioativa, 100.000 soldados passaram por Chernobyl na
operação para liquidar a radiação. A poeira radioativa foi
retirada das casas, depois demolidas e enterradas.
Durante a limpeza do teto do
reator, eram 8 soldados e um oficial a cada 45s, devido à alta
exposição (7 mil Roentgen por hora). E como agradecimento cada
soldado recebeu um certificado de liquidador e uma gratificação de
100 dólares americanos. Mesmo fazendo uma “faxina” precisava
resolver a radiação emitida pelo reator, então um sarcófago seria
construído para cobrir o quarto reator.
Contaminação
A população sofreu contaminação interna
e externa. Em relação aos isótopos de iodo, devido a sua
volatilidade, a exposição interna resultou da inalação nos
primeiros dias após o acidente. Também houve ingestão de iodo, que
permanece mais tempo que os isótopos de iodo considerados como meia
vida curta. Como resultado desse acidente, o aumento da quantidade de
casos de câncer na tireoide foi aproximadamente quatro vezes em
relação a quantidade média de casos que vinha ocorrendo na
população.
Para avaliar a dose absorvida pela
população atingida, foram utilizados, dois meses após o acidente,
filmes, Dosímetros Termoluminescentes, contadores de corpo inteiro,
contadores para tireoide, entre outros tipos de métodos
dosimétricos.
A metodologia que foi para estimar a dose
efetiva devido à exposição externa, teve como base o grande número
de medidas de taxa de exposição e concentrações dos
radionuclídeos no solo das áreas contaminadas; como também o
acompanhamento da população sobrevivente em função da idade,
estação, ocupação e tipo de moradia. Biologicamente, as
estimativas de dose foram feitas através da contagem de aberrações
cromossômicas e sintomas clínicos, como início de náusea e
extensão da queimadura por radiação.
As vítimas mais expostas à radiação
devido ao acidente foram os indivíduos presentes na central no
momento do acidente e as equipes de urgência que foram atender o
chamado de socorro desses indivíduos, recebendo doses absorvidas de
corpo inteiro superiores a 0,5 Gy. De 237 pessoas hospitalizadas logo
após o acidente, 134 confirmaram sofrer de síndrome aguda de
irradiação e, dentre essas, 28 pessoas morreram.
Conclusão
O acidente de
Chernobyl foi a maior tragédia radioativa de toda a história. A
explosão do reator nuclear causou uma enorme liberação de resíduos
tóxicos em grandes áreas da Bielorrússia, da Ucrânia e da Rússia
e a liberação desses resíduos radioativo da usina ocorreu por,
pelo menos, dez dias. Os trabalhos de controle ocorreram entre 1986 e
1987 e envolveram 20 mil pessoas, que receberam diferentes doses de
exposição à radiação. Devido grande exposição da radiação a
região ficou inabitável, e trouxe danos biológicos a população
atingida. Para reduzir a radiação tomou-se como providência da
limpeza da região demolindo casas, matando animais contaminados, e
enterrando todos os resíduos da poeira radioativo e colocando um
“sarcófago” de chumbo sobre o reator.
Tive a honra de escrever esse trabalho com minhas amigas de profissão Rebeca Rizia e Farid Machado. Espero que gostem!
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