Cuidados gerais de enfermagem com o paciente grave

 
Fonte: secad
   A Unidade hospitalar destinada ao Suporte Avançado de Vida (SAV) de pacientes críticos que requeiram assistência especializada contínua de uma equipe multiprofissional com equipamentos e dispositivos específicos, recursos especializados e acesso a tecnologias destinadas ao diagnóstico e terapêutica é denominada Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar que o profissional de enfermagem esteja inserido nesse mundo tecnológico de cabos, fios e condutores não deve perder de vista o foco de seu trabalho: o cuidado ao paciente. Uma vez que paciente grave é todo paciente de risco potencialmente recuperável que necessita de monitoração intensiva, suporte ventilatório, drogas vasoativas contínuas e alta dependência de cuidados da equipe onde apresenta instabilidade orgânica e consequentemente comprometimento de alguma função vital, seja ela respiratória, renal, cardiovascular, neurológica, endócrina, metabólica, entre outras. Como também pode ser um paciente com risco eminente de óbito sendo assim é um paciente que possue total dependência da assistência da equipe de enfermagem. Pensando nisso o post de hoje traz alguns cuidados gerais de enfermagem com o paciente grave seja ele assistido numa UTI ou em outro setor hospitalar. Antes de iniciarmos o post vale lembrar de que é deve ser assegurado por todos os profissionais a preservação da identidade e da privacidade do paciente assegurando um ambiente de respeito e dignidade bem como o fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes quando couber em linguagem clara sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta além de ações de humanização da atenção à saúde, promoção de ambiência acolhedora e incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando pertinente. 

  O primeiro cuidado que vamos falar é sobre a higiene corporal do paciente que tem como o principal objetivo a restauração da limpeza e consequentemente a eliminação de odores desagradáveis do organismo. Mas uma boa higiene corporal também traz diversos beneficios para paciente além de oferecer uma sensação refrescante e relaxante, como a redução do potencial de infecções, o auxilio no exame físico onde o profissional deve observar: a pele, estado motor, nutricional e respiratório, estimula a circulação e glândulas dos pacientes, exercita músculos, melhora a autoimagem e movimenta as articulações. Uma higiene corporal adequada deve incluir a lavagem dos cabelos afim de eliminar sujidades e parasitas, uma higiene oral para evitar infecções bucais, cardíacas, digestivas e respiratórias e a higiene íntima proporcionando conforto, previnindo o paciente de infecções e auxiliando no tratamento de infecções onde a higiene íntima é indicada durante o banho, após eliminações vesico-instestinais e/ou quando necessário. 

   Outro cuidado essencial que a equipe de enfermagem deve ter com o paciente é a mudança de decúbito a cada 2 horas que facilita o repouso e proporciona o relaxamento dos tecidos, músculos e articulações além de previnir lesões por pressão que aparecem devido à compressão de tecidos moles presentes nas saliências ósseas. A mudança de decúbito associada ao uso de camas e colchões adequados, bem como o uso de coxins, travesseiros e outros dispositivos que mantém um alinhamento correto do corpo e diminuem a fadiga muscular. Ao colocar o paciente em decúbito dorsal o profisisonal deve posicional a cabeça, pescoço e parte superior do ombro do paciente acomodado em travesseiro colocar um apoio ou rolinho de pano embaixo das articulações como os joelhos e os pés em flexão dorsal. Se a posição desejada for o decúbito lateral o profissional deve acomodar com travesseiro a cabeça e pescoço do paciente como também o braço oposto ao colchão e entre os membros inferiores colocar uma almofada pesada para apoiar o dorso do paciente. Nesse post não citarei o decúbito ventral uma vez que estamos falando de um paciente grave que na maioria das vezes está em uso de suporte ventilatório então a posição ventral não seria indicada. 

Fonte: pinterest
   Outro cuidado que deve ser feito pela equipe de enfermagem são as medidas de segurança que visam principalmente evitar a queda do pacientes do leito onde consiste em manter as grades das camas sempre levantadas e orientar familiares sobre a importante de seguir essa precaução. Pacientes graves, crianças, idosos, inconscientes e agitados devem ser colocados em camas com grades e, muitas vezes, há necessidade de restringir os movimentos por meio de ataduras, lençóis em diagonal, dentre outros sendo essa última uma opção descartada por muitas literaturas por trazer diversos prejuízos para o paciente contido. A queda do leito é um evento adverso que pode causar danos ao paciente aumentando o tempo de internação e custo do tratamento. Tendo como as principais causas a enfermidade, um novo ambiente, mobiliario, alteração do nível de consciência, agitação, confusão mental. paciente acamados, extremos de idade, tontura, falta de ar, perda de força muscular nos braços e pernas, dificuldade para andar, ouvir ou enxergar. Sendo o local de maior ocorrência o banheiro. Certos medicamentos, tais como benzodiazepínicos, anti-hipertensivos, laxantes, diuréticos, ansiolíticos além de determinados exames, procedimentos e cirurgias podem resultar na queda do paciente.  

   A contenção mecânica do paciente nada mais é do que o uso de ataduras ou lençóis para restriguir o movimento do paciente evitando que o mesmo sofra uma queda da cama ou arranque os dispositivos em uso. É indicado que em regiões maiores usar faixa de lençol e nas menores usar ataduras de crepes largas com no mínimo 15 cm de largura devendo proteger a região com algodão ou compressas evitando o garroteamento. O profissional responsável deve observar cianose, edema, queixa de dor ou formigamento sendo que a restrição deve ser aplicada com cuidado para evitar complicações e removê-la duas vezes ao dia e fazer a higiene com água e sabão além de massagear, proteger e só restringir novamente se realmente for necessário.


Fonte: UFTM- SEE
   Outro cuidado que o profissional de enfermagem deve ter com o paciente grave é a prevenção do surgimento e desenvolvimento de lesões por pressão (LPP), antigamente chamadas de úlceras por pressão. A LPP  é toda lesão na pele, tecidos moles subjacentes ocasionada pela pressão intensa e prolongada combinada com fricção de um tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura. As Lesões por Pressão são áreas de destruição tecidual provocadas por compressão do tecido macio contra proeminência óssea, geralmente do sacro, do trocânter e do ísquio, e superfície de contato durante um tempo prolongado onde a compressão prejudica o fornecimento de sangue ao tecido, levando à insuficiência vascular, anóxia tecidual e morte das células. Causam danos consideráveis ao pacientes, dificultando o processo de recuperação e consequentemente aumentando seu tempo de internação hospitalar, são dolorosas, na maioria das vezes, podem gerar infecções graves bem como sepse e mortalidade. Pode-ser prevenir o surgimento de LPP através das seguintes medidas: uso de colchão inflável (colchão pneumático), filme transparente nas áreas de proeminência óssea, aliviador de pressão que são malhas aderentes a pele com silicone na borda, troca de fraldas adequada sendo que muitas fraldas de uma vez só aumenta o risco de lesão na genitália onde o fato do paciência necessitar de uma troca de fralda anormal pode está associada a alguma patologia devendo assim tratar a incontinência, uso da placa de hidrocoloide, uso da travessa e lençol sendo que devem está sempre limpos, seco e sem dobras, uso do creme barreira e a mudança de decúbito a cada 2 horas. 
   
Fonte: bemcuidar
   O cuidado oferecido aos pacientes deve visar o monitoramento e à assistência contínua com o objetivo de recuperar a saúde dos pacientes sendo necessário olhar para cada paciente como um ser singular e multidimensional com problemas e necessidades e com uma assistência humanizada. 



REFERÊNCIAS UTILIZADAS
1. Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo (COREN-SP). 10 Passos para a segurança do paciente. São Paulo, SP: COREN-SP; 2010. 
2. BRASIL. Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anexo 02: Protocolo para prevenção de úlcera por pressão [Internet]. 2013. Disponível em: . Acesso em: 01 set. 2016. 
3. SOBEST. Classificação das Lesões por Pressão - Consenso NPUAP 2016 - Adaptada Culturalmente para o Brasil. Disponível em: http://www.sobest.org.br/textod/35. Acesso em 08 ago. 2016
4. BACKES et al. O cuidado intensivo oferecido ao paciente no ambiente de unidade de terapia intensiva. LINK
5. SILVA et al. Refletindo sobre o cuidado de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva LINK



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