Diariamente somos expostos a fontes de radiação, mesmo quando não temos consciência disso. Por exemplo, quando realizamos exames radiográficos e que envolvam radioisótopos (medicina nucelar), ou também através do contato com o gás radônio que escapa do solo após o decaimento radioativo que se inicia a partir do urânio.
O efeito biológico é nada mais que uma resposta natural do organismo a um agente agressor (neste caso a radiação). Apresentar alguns destes efeitos não quer dizer que o individuo tenha alguma doença. Entretanto, antes vamos conhecer de maneira breve sobre os tipos de radiação naturais:
Fonte : radioproteção na pratica |
Existem três tipo de radiação: alfa (α), beta (β) e gama (γ). A radiação alfa é a menos nociva de todos aos indivíduos que são expostos a mesma, já que ela tem baixo poder de penetração, podendo ser retida pela própria pele sem gerar nenhum efeito ao organismo. Porém, as radiações beta e gama são capazes de interagir com as células do nosso organismo devido a sua alta energia e poder de penetração. Essas interações podem provocar mutações, quebra de ligações ocasionando em radicais livres que degradaram as células, e ainda reações químicas nocivas.
• Tipo de tecido atingido: Alguns tecidos do corpo humano são mais sensíveis que outros. Como: medula óssea, membranas mucosas intestinais, entre outros. Vale ressaltar que quanto mais jovem for o paciente maior é o risco dele sofrer alterações genéticas, já que em algumas idades a multiplicação das células é mais acelerada.
• Tempo de exposição: É um dos fatores mais importante para indivíduos que trabalham diretamente ou indiretamente com radioisótopos ou fontes de radiação, já que a mesma é cumulativa. Por isso é imprescindível o uso de EPIs (equipamentos de proteção individual) e EPCs (equipamentos de proteção coletiva, e ainda cuidados para evitar exposição desnecessária aos IOE (indivíduos ocupacionalmente expostos e indivíduos do publico.
• Intensidade da fonte radioativa: Cada isótopo possui um tempo de meia-vida, quando o mesmo é curto não apresenta tanto prejuízo. Já os que possuem tempo de meia vida mais longos podem se fixar no solo, água, e partículas do ar sendo mais fácil causar contaminação.
Fonte: docsity |
Os indivíduos podem sofrer de exposição de corpo inteiro ou partes especificas do corpo não necessariamente com dose muitos altas de radiação. Todavia, não devemos nos preocupar apenas com as exposições de alta dose, pequenas exposições a níveis baixos de radiação pode gerar efeitos a saúde a longo prazo. Ou seja, esses efeitos podem ser divididos em : somáticos, hereditários, imediatos, tardios, estocásticos, determinísticos.
• Efeitos somáticos: Surgem apenas após a exposição a radiação, não sendo transmitido hereditariamente. E a gravidade depende do quando de radiação o individuo foi exposto. Ex. Vômitos, queimaduras, anemia, mutações do DNA, câncer, cefaleia.
Os efeitos somáticos podem ser classificados como tardios ou imediatos. Os imediatos são aqueles que surgem dias após a exposição e alguns são chamados de SAR (síndrome aguda da radiação). que são causados por doses elevadas de radiação cujos sintomas são náusea, vômito, fadiga. Já os efeitos tardios podem aparecer meses ou anos depois da exposição a radiação, e o mais comum deles é o câncer.
- Efeitos imediatos: SAR, síndrome hematológica, síndrome gastrointestinal, síndrome do sistema nervoso central.
- Efeitos tardios: Leucemia, câncer ósseo, câncer de pulmão, câncer de tireoide, câncer de mama, redução do tempo de vida.
• Efeitos hereditários: São danos de células de órgãos reprodutores que sofreram mutações por conta da radiação, que serão transmitidas aos seus descendentes. Tem caráter cumulativo independente da dose recebida.
• Efeitos determinísticos: São efeitos gerados a partir de irradiação total ou localizada de um tecido. Para esse tipo de efeito existe um limiar de dose, ou seja, abaixo desse limiar o dano as células é insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de um modo detectável. A severidade ou a gravidade deste efeito aumenta com o aumento da dose, se a dose é inferior ao limiar é nula para os efeitos determinísticos e de 100% se for igual ou acima do limiar. Ex. Eritema de pele, esterilidade temporária ou permanente, depressão do tecido hematopoético, necrose.
• Efeitos estocásticos: Para que esses efeitos ocorram a probabilidade de dose é proporcional a quantidade de radiação recebida independente de limiar. Sendo assim doses pequenas podem gerar efeitos, dentre eles esta o câncer.
Depois de todas essas informações, vale salientar o quanto a proteção radiológica é importante para evitar todos esses efeitos e dano no organismo.
• Redução do tempo de exposição, quando minimizamos o tempo de exposição direta ocorre a redução da dose de radiação absorvida;
• Distanciamento da fonte geradora, com o aumento da distância de IOE a uma fonte geradora ocorre uma redução fatorial da exposição;
• Blindagem com materiais de absorção, como, por exemplo, o chumbo nos casos relacionados à propagação dos raios X.
Fonte: sites.google |
Os três grandes princípios para a redução das exposições as radiações externas e manutenção de doses na filosofia ALARA (As Low As Reasonably Achievable”, tão baixo quanto razoavelmente possível) são (institutodiasfilho):
• Distanciamento da fonte geradora, com o aumento da distância de IOE a uma fonte geradora ocorre uma redução fatorial da exposição;
• Blindagem com materiais de absorção, como, por exemplo, o chumbo nos casos relacionados à propagação dos raios X.
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