Foto: Nasa/ESA/M. Kornmesser
No
post anterior mencionamos sobre as galáxias serem semelhantes a ilhas, em
um oceano chamado universo, desta vez estaremos falando sobre as formas destas ilhas cósmicas. E no universo encontraremos galáxias de várias
formas com tamanho e luminosidades diferentes.
A existência das galáxias só ficou estabelecida no início do século XX. até ai o que se conhecia estava listado em catálogos de nebulosas, sendo objetos que tinham formatos peculiares quando visto em um telescópio, para qualquer observador aquele objeto não eram uma estrela. Foi durante as observações do Hubble que na época utilizou o novíssimo telescópio de 100 polegadas (2,5 metros) no Monte Wilson, ele obteve imagens melhores destas nébulas, na ocasião as imagens revelaram estrelas que variava o brilho dentro destas nuvens celestes.
A
luz destas estrelas variáveis seguia o mesmo padrão de variação de brilho das
estrelas variáveis cefeidas encontradas dentro de nossa galáxia, daí ele apenas
assumiu que estas estrelas eram do mesmo tipo com as mesmas luminosidades, assim ele
poderia determinar as distâncias relativas. Logo ele concluiu que as estrelas
da nebula M 31 estavam pelo menos a 300 kpc da Via Láctea, concluindo que a nebulosa
era na verdade uma galáxia por direito próprio, hoje sabemos que a galáxia de
Andrômeda está a cerca de 800 kpc.
De
posse dos dados observacionais Hubble definiu seu esquema para classificar as
galáxias em um livro chamado “The Realm
of the Nebulae.” Com Alterações e modificações posteriores este sistema
ainda é usado até hoje. Inicialmente ele dividiu as galáxias em duas grandes
categorias, Elípticas (E) e Espirais (S). Partindo das galáxias elípticas, elas possuem uma
forma simétrica elipsoidal (formato redonda nas imagens), a luz é distribuída de forma suave
do centro para borda, não possuem braços, quase não há poeira e nem gás
frio e, consequentemente, têm poucas estrelas azuis jovens.
Quando a imagem de uma galáxia elíptica é bem circular são classificadas de E0, as que possuem formato mais achatada (E1 a E7) possuem formato elíptico. Hubble mediu a excentricidade (e) das imagens, em seguida multiplicou por 10, e adicionou o primeiro digito resultante a sua classificação. As elípticas estão presentes em aglomerados ricos de galáxias, e as maiores delas são encontradas nas partes mais densas destes aglomerados, algumas destas galáxias podem ser até 100 vezes mais luminosas que a Via Láctea. As elípticas de baixa luminosidade são divididas em dois grupos raras e compactas como elípticas anãs difusas difusas exemplo M32 e as anãs esferoidais.
As galáxias lenticulares mostram um disco giratório, além do bojo elíptico central, porém o disco não possui braços espirais nem faixas de poeira extensas, essas galáxias são rotuladas como S0 e SB0 e formam uma classe de transição entre elípticas e espirais, são encontradas em regiões com bastante galáxias.
As galáxias espirais, tem uma distribuição que mostra claramente a presença de um ou mais braços espirais, são especialmente notáveis na luz azul sendo mais facilmente registrada pelas primeiras placas fotográficas. Cerca de metade de todas as galáxias espirais e lenticulares mostram uma barra linear central, esta subcategoria é representada como SB0, SBa, SBb, SBc, a nomenclatura significa: S – Espiral, B – Barrada, a,b,c – abertura dos braços da espiral, a – mais fechadinho sendo muito difícil saber o número de braços, c – os braços estão abertos e de fácil reconhecimento. As espirais sem barras são representadas como Sa, Sb, Sc, novamente o S representa Espiral e as letras minúsculas a abertura dos braços nestas galáxias.
E por ultimo as galáxias irregulares (Irr) que segundo o Hubble são as que não se encaixam nos parâmetros das elípticas, espirais ou lenticulares, apresentando uma estrutura
caótica ou irregular, a exemplo as famosas Nuvens de Magalhães.
Até a próxima.
Referências:
Astronomia: Uma visão
Geral do Universo. 2. ed., 3. reimpr. – São Paulo: Editora USP, 2008.
Galaxies in the
Universe: An Introduction. 2 ed. Lind S. Sparke, Jhon S. Gallagher III –
Cambridge University
https://www.nasa.gov/content/goddard/hubble-s-messier-catalog
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